quinta-feira, 14 de junho de 2007

Sabe, Túlio

Depois desse tempo todo, escrever teu nome assim, cru e sem metáforas me dá um frio na espinha.
Sei que disse que pararia de publicar as cartas, porém, essa é a última.
A cada vez que converso contigo, um sentimento extremo desponta em mim... às vezes, saio rodando, rindo, rezando (pra você cair do céu nos meus braços), só que em nosso último diálogo (de um só, talvez) senti desgaste.
Sabe, Túlio, preciso de alguém que, em plena noção de si mesmo, não planeje relações inter-pessoais, nem estabeleça critérios para viver com alguém. Eu preciso, meu bem, é de qualquer pessoa que saiba se entregar de corpo e alma, que saiba criar sorrisos através da rendenção aos próprios sentimentos. Preciso de alguém que ria da graça da surpresa e ache lindo quando uma pessoa vem do nada e nos marca a vida pra sempre, nos faz perder a cabeça. Sem pressa, sem cessar. Paixão exalada dos poros, à medida em que cada respiração vai fazendo mais e mais sentido e cada segundo se tornando denso por causa dele... (e da sua respiração também! Tangente a minha...).
E eu te agradeço. Tanto...
Amando você, fiz parte do meu mundo dançar junto, cantar meu canto... e nessa sintonia divina que se deu só porque existimos ao mesmo tempo, cheguei a lugares onde aprendi até mesmo que letrinhas andam de bicicleta.
Só não te agradeço mais porque você me enganou... sim, me levando a crer por todos esses meses que fui feita pra ficar sozinha quando, na verdade, foi você.
Sempre existi às avessas e por carregar isso comigo há dezessete anos, qualquer um a quem eu conquiste, ganha minha história e então, minha essência e então, meus contrários grudados. E você, meu bem, tornou-se Avesso por tudo aquilo que ainda não conseguiu superar e, conseqüentemente, não sabe transformar em doçura. E por isso, encara flores como flores, seres humanos como animais e os animais, como microbióticos... enquanto pra mim são fragmentos do corpo por completo, que num mutualismo infinito, vivem comigo de mãos dadas. São todos espelhos. Íris.
Sabe, Túlio, que seja Tudo que pode ser. Que sobreviva: nunca vou te abandonar, mas, conforme Ritinha bem me ensinou, o que disse que te dava, nem a mim pertence mais.

sábado, 2 de junho de 2007

Três. Menininhas-quase-mulheres, com seus problemas peculiares, gritos e desequilíbrios que isolam cada uma em cada canto.

Olha, minha menina número 1: te juro que se fosse médica, mandava da maneira que fosse um jeito pro teu tio ficar bem. Eu realmente não sabia do quanto você era importante prá mim até hoje. Fora de página escrita ou após um diálogo denso na tela, ninguém tinha me arrancado lágrimas só ficando parado procurando respostas. Mas você fez. Como disse Cecília, havia uma ausência tão presente em você, que eu entendi tudo através das asas que ganhou naquela hora. Então se você quiser chorar de novo comigo, liga aqui, viu?! Sempre estive disposta a esquecer tudo de ruim que me contaram de você, e depois de hoje, estou disposta até a não acreditar em nada. Você é linda e precisa de força. Não digo prá tirar essa força de mim, seria me superestimar até a alma, mas qualquer coisa, jura que liga aqui. Eu vôo.

Menina número 2: eu te amo incondicionalmente. E vamos que vamos, entre promessas de amores, moicanos, cantando Wish you were here com alguém no violão. Sempre lá, prá te lembrar da tua beleza e falar com jeito quando a bebida subir demais e você quiser contactar amores mal-resolvidos passados. ('Eu te amo'' olho-no-olho entontece mais e eu te desejo toda a intensidade do mundo).

Menina número 3: Não, cresce, não, bailarina. E abraça tudo aí que der, porque você agora sabe, que nunca antes foi tão feliz assim.


Eu precisava.
À nós. Três meninas-quebra-cabeça, que se juntam e se completam e a existência das outras duas basta para um choro de felicidade, um sorriso bobo por causa da lua e para se fazer luz.
Hoje o universo dentro de cada uma é almofadado e hoje tudo ficará bem, minhas queridas.
Bem e cheio de estrelas.