quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Don't know why

E era apenas uma menina quando ele ficou hipnotizado por seu sorriso pela primeira vez. Estavam os dois sentados naquele banco por que ela sempre passa, um de frente para o outro. Não se sabe ao certo, mas parece que sim, havia estrelas no céu e fazia um pouco de frio... e a garota pôde ignorar qualquer possível desconforto físico para olhá-lo nos olhos e tentar se espremer dentro. Conseguiu: estavam personificadas no sorriso as milhares de afinidades que iam se mesclando aos poucos para cobrir os buracos do passado e da vergonha deles. E cobriram até a manhã seguinte.
O coração na boca a fazia ponto de interrogação de uma maneira como jamais esteve, e até fez com que brotasse nela uma santidade quase mantida em segredo. Blogger: verdadeira solidão - Criar postagem
Desculpa, moço. A santidade dela são se manteve censurada porque queria dá-la a você a qualquer preço. Desde o dia em que as metáforas foram brincar de esconde-esconde e o Amor escorregou cru te espancando doce, ela só queria te deixar saber que te daria a mão esquerda e com a direita carregaria todos os teus medos, gritando silenciosa "Ei, você pode ser o que quiser!"
Foi sendo menina e só até os braços saírem pelas janelas do quarto e as pernas praticamente serem amassadas enquanto amontoavam-se nas portas, também afogada por toda história de vida flutuante no cômodo com velocidade da luz. Não era extensa, mas atingia tão diretamente e várias vezes que agora inexistia um espaço físico que comportasse a garota, as interrogações e o volume de sua santidade frustrada (este, sim, era astronômico).
Ali a única indagação palpável era como, pelos deuses, o quarto ficara minúsculo se os olhos dele a enxergavam cada vez mais nítida e até sentiam-na, dependendo da sobriedade dos dois. Foi quando se deu conta de estar começando a viver a complexidade no seu auge, por ser alheia. E viveu, meu bem. Viveu carregando com a mão direita e esquerda grudadas, num equilíbrio que por vezes pareceu não se suportar e superou a si mesmo, por fim. Atualmente habita a compaixão dela e é inquebrável.
My heart is dressed in wine...
"
Tem sido assim pra você viver mais". Ia repetindo e repetindo baixinho sempre que cada "olá" trocado com ele provocava dor.
But you'll be on my mind forever...
As cartas não-entregues poluindo o caderno de Matemática não mentem... se dói é porque é bonito e ela pede pra não te preocupar não, moço, que amando a dor também é doce e não se estende a ti.

3 comentários:

~§~ disse...

Faz temp oque não leio teus escritos. Você cresceu muito desde que nos conhecemos...e a escrita está diferente.Algo de metefórico e surreal, um estilo diferente.
Gosto do seu estilo, me lembra alguém que não lembro mais quem é (Clarice?).
Vc não precisa de uma faculdade de Letras pra ser otima com textos. Vai dançar, menina =)

bjos.
Scarlett

Otavio Cohen disse...

haha. dedução ótima sobre a clarice da pessoa aí antes de mim.

Mas oh. me senti tão distante durante esse post, pq faz anos que a gente não conversa de um jeito profundo e sincero, sabe. Não sei mais o que está acontecendo na sua vida, mas posso perceber que é algo com uma importância do tamanho de júpiter.

bjs e saudades.

kleine kaugummi disse...

Nat,
és já o que quiseres.


e como brilhas!

=*