sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Primeiro Ato.

Por instantes cotidianos de verdades que não doem, continuo. Sorrindo.
Por instantes cotidianos de pessoas que não doem, eu sou. Ainda.

Um comentário:

Nilson Barcelli disse...

Por fora, és pouco menina, no caos
de criança-mulher e nos largos sorrisos
de poemas coloridos dos teus lábios.
Na dança de ventre da babel do teu sonho
és já a mulher que a vontade acudirá
a parir a seiva que coze e te transborda por dentro.

Anjo robusto por dentro,
entre o paraíso e a filial do inferno,
de olhar bicudo por fora,
meia Alice Ayres, meia Amélie Poulain,
meia Elizabeth Bennet,
enroupas-te numa mulher e meia de Nathalia
bem dançada que és… Mas também muito Celine.

Um dia, quando a ternura
te rebentar por dentro da pele irreverente,
vais colocar chocolate no corpo das palavras
e eternizar-te por fora de vez.
Perdurarás a recusar baladas de fim-de-semana,
com conversas não bailadas por fora,
sensualidade forçada e “eu te amos” por dentro,
comprados de pessoas medíocres.

Se não vives por fora, morres por dentro,
mas viverás sempre formosa,
por fora e por dentro, a dançar sem um lamento.


Nilson Barcelli
14.Setembro.2006

Um beijo.