terça-feira, 26 de abril de 2011

A lover's promise never came with a "maybe"

Que eu já fui forte, em algum lugar do passado, eu sei.

Quando eu deixei adormecer, posso esboçar, mas nem sei se isso importa.

Falta de lealdade é dor que nem toda força do mundo consegue curar, por vezes.

Esse querer acreditar em quem traiu, mas acreditar sempre esperando o momento de ser machucado de novo, porque ele sempre vinha desde o início, e tentar não esperar, tentar não esperar nada, só viver, ficar bem, amar grande e puro como de costume, tentar mesmo ver as situações com fatos sem significado por trás. Mas só tentar. Esforço vão. Neurótica, então. De repente, mundo é só uma grande rede de conexões pra te ferir, do jeito que for. É só o impulso final pra esse sentimento de descaso que já tinha começado há tanto.

Te doem as sutilezas, te doem recados de amizade com saudade do outro, te dói viajar no final de semana e deixar o outro ali sem saber o que vai acontecer, parecer que falta um pedaço... Há sempre o momento de deixar que seja assim e o de tentar fugir e saber superar. Onde foi que eu deixei que fosse assim, queria que me contassem. Porque foi que até minhas aulas de dança, os impasses filosóficos e as línguas dificeis se tornaram formas de me machucar, não sei.

Porque lidar com efemeridade se tornou o fator mais insuportável da minha vida inteira, não sei. Porque dói tanto o dia acabar, o fim de semana chegar, o aniversário, o 23, o 02, o 20, o 2007 cada ano mais distante, eu mais distante de mim, auto estima morta.

Eu devia estar muito fora de mim pra só enxergar amor em dor imensa, e dificuldade em falta de amor. Ingenuidade.

Acordar esperando a dor chegar, esperando que o telefonema da mãe seja pra avisar de morte que eu não esperava, esperar chegar em casa e não ter nada dentro, esperar que algo de bom aconteça no fundo sentindo que não vai nunca mais, esperar ficar sozinha pra sempre, esperar ficar tão desinteressante a ponto de ninguem olhar mais na rua, esperar o orientador desistir de mim por falta de competência, esperar e-mail me recriminando pelo ensaio que eu não fui porque estava esperando não doer.

Cristal não se cola, não.




2 comentários:

Origami disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Origami disse...

Às vezes é necessário que a ferida se abra mais e que doa para que se cure e se torne imune.
Dói.
Isso é indiscutível. A gente perde a fome, perde a alegria de viver, perde o sentido de querer continuar.
Mas o melhor de nós é que sempre somos capazes de nos curarmos.
Respire!