domingo, 20 de agosto de 2006

Soundtrack: Kath Bloom, “Come here”

Sabe, é tão engraçado quando você acha coisas velhas e de valor sentimental por acaso.
Não, não é engraçado. Você chora e pensa.
Só então ri: se naquele seu rascunho de post escrito quando você tinha treze anos havia a conclusão de que você filosofa demais, seu “eu mocinha” ia ficar completamente pasmo se te visse agora, encontrando-se a si mesma em Nietzsche, Platão, Schopenhauer e na Celine de Antes do Amanhecer.
Você vê quase quatro páginas de caderno de matemática tentando contar porque você é o que é e por um instante acha patético. E logo vê que é aquilo ali, mesmo... que você existe na cena final de Dirty Dancing e porque se matava de dançar o clipe da Jennifer Lopez quando tinha nove anos. Você vê o convite a todos os leitores para irem te ver dançar no festival dia 14 de dezembro de 2003 (quando apresentaram O Quebra Nozes e você passou mal de chorar ouvindo Tchaikovsky da cochia) realizado pela escola de dança que era um sonho, e que agora nem te cabe mais. Você vê as expressões que inventou usadas no texto, que outrora fizeram seus amigos gargalharem e você vê o nome deles lá, mas nem sabe quantos da lista ainda lembram do seu.
Ainda é dependente da programação de fim de ano da Directv.
Ainda é solitára como a Lucy de “Enquanto você dormia” só que ainda não impediu nem uma pessoazinha de ser atropelada por um trem.

Um comentário:

Otavio Cohen disse...

o mais legal de crescer é perceber que está crescendo.
as vezes vc se acha ridicula demais no passado, mudada demais no presente, criança demais no passado, madura demais no presente. ou ao contrario, whatever

o tempo é uma coisa louca neh. eu odeio e amo ele.