sábado, 21 de outubro de 2006

Soundtrack: Blackmore's Night, "Beyond the Sunset"

Não pintei o cabelo. Nem de um tom mais dourado, nem as mechas cor-de-rosa. Não o cortei pra cima do ombro.
Tive vontade de parar de escrever, porque prá escrever você tem que se conhecer demais e às vezes isso dói.
Dói em cada linha quando se está triste e dói quando você teve que abandonar o último blog por causa de um filho da mãe que quis invadir a sua vida.
Ao mesmo tempo é tão inútil estar falando isso tudo, porque foi o escrever por si só que me ensinou que eu nunca vou parar, que na verdade essa vontade nunca existiu.
Mas eu só precisava dizer.
Dizer escrevendo.
Ciclo vicioso, não?
Hoje eu descobri que o blog da minha pré-adolescência ainda existe. Os comentários. Tudo intacto... talvez um dia eu realmente tenha coragem de ler aquilo tudo.
Sobre aquela anja, 11 anos mais velha que eu, garantindo ser meu eu futuro: ela já não escreve. Virou futura veterinária, tem um relacionamento estável, sentimentos estáveis também (e sem graça), não dança mais.
O Kieran morreu.
A minha amiga que achava lindo tudo o que eu fazia, que vivia uma vida parecida com a minha nesse intervalo de tempo já tentou se matar, namorou um dos meus melhores amigos até descobrir que não gostava tanto dele, parou com os estudos, não vai mais ao psiquiatra e cuida da mãe dependente química.
O Senhor dos Sonhos não sonha. Não vive uma vida sonhada por outros. Nem sonha com outra vida em que ele possa sonhar com pessoas sonhando com ela. E ele me abandonou.
O dono do "te amo, te odeio" é meu irmão e parei de querer tirá-lo da minha vida há tempos. Essencial. Mais tarde vou enchê-lo de palavras lindas agradecendo o fato de ele existir. De não ter ouvido minha frieza que gritou alto por muitos meses.
O louco com nick de rpg que eu mal conhecia agora é meu confidente. Entrou na faculdade e depois das confissões de sempre, anteontem, disse que a gente vai casar. E é claro que parte de mim acha que a gente vai terminar juntos, mesmo. Claro que acha. E claro que vocês sabem disso.
O dono do coração que jurava que era eu quem guardaria se foi. Porque não respeitou meu tempo. Ele se foi da maneira mais estúpida, mas a que melhor mostrava o quanto eu era Mais. Hoje ele finalmente tem uma horda de black metal (!!).
Eu.
Ainda tenho os cachos negros até a cintura. Esses anos não me fizeram menos sensível. Menos melancólica, sim. Agora menos sensível... estou quase saindo de casa e ainda me mato de rir e chorar por nada. Alguns dizeres se repetem. Já fiz aquela viagem sobre a qual escrevi com tanto entusiasmo, já voltei, já sinto saudades. E estava sentindo saudades desde o primeiro dia em que cheguei lá, desde o primeiro momento.
Alguns ainda dizem que tenho asas (por muito tempo era só o que me importava).
Agora, eu...
Eu digo que não mais tenho tanto medo de voar.

3 comentários:

Otavio Cohen disse...

me diz porque eh q vc chegou na minha vida só agora? pois eh como se vc estivesse nos meus flashbacks e eh como se eu quisesse muito ter feito da sua vida toda bem melhor do que ela foi. eu bem que queria ter comentado bullshit no seu blog antigo soh pra q vc visse q alguem se importava. tlvz alguém q se importa, alguém no momento certo (mesmo q seja numa hora perdida na noite) pra te falar uma bobagenzinha, faz uma falta fudida...

Otavio Cohen disse...

e yeeeeah. vc estah no hall da fama do meu album do orkut.

Otavio Cohen disse...

i better go sleep. sun is shining outside and i haven't close my eyes yet.