sábado, 27 de janeiro de 2007

“É, fazia tempos que não escrevia em papel. Nesse momento, to estreando minha caneta nova e minhas folhas que cheiram chocolate, tentando entender porque os bichos estranhos da Sanrio não têm boca enquanto assisto Amélie pela segunda vez em 48 horas. Um dia qualquer, no colégio, o estresse do último ano quase vai me fazer esquecer de quem sou e eu vou achar esse rascunho no caderno. Vou me lembrar de mim e sorrir uma meia hora. Creio que meu subconsciente sabe disso e eis a razão pra eu estar escrevendo à moda antiga... agora to me chutando por ter revelado o mistério por trás. Então, que me permitam agarrar à chatice e achar que escrevo por pura preguiça de parar o filme mesmo.
Finalmente entendi o Cinema, ainda que não fosse preciso. Entendi a liberdade nele, e enlouqueci por ter sido a Arte em que mais demorei pra ver. É um mundo em que as pessoas só precisam saber o que basta para torná-las um todo. Não encontro estereótipos, só a beleza. É belo porque tudo fala, tudo combina e tudo comunica, porque o não-importante não importa, de fato. E é tudo tão belo que o que separa a ilusão da realidade é uma linha tênue que te permite orbitar os dois opostos simultaneamente.
Daí, o mundo pertence a algum louco por algumas horas. A essência desse louco também basta para o decorrer os fatos e para as conseqüências, daí até a dor dói menos: cabe em quem sente, e é auto-explicativa.
Queria eu também caber em mim.”

3 comentários:

Anônimo disse...

tantas vezes eu leio oq tem aqui e penso "pq eu não escrevi isso antes?"

mas logo lembro que eu sou vc e fico feliz pq de certa forma escrevi tb.

adoro =*********

Otavio Cohen disse...

acho q foi uma das definições mais bonitas do que vem a ser o cinema.
aiai
amo vc

Rodrigo Langeani disse...

Lindo texto. E por coincidência o cinema foi a arte que eu mais demorei a perceber tb!