terça-feira, 20 de março de 2007

Verdadeira Solidão

Enquanto procuram respostas nos deuses, te procuro e te acho, Clarice.

Foi te encontrando que vi que a solidão dele não era solidão. Era o auge da patética auto-afirmação misturada no mais alto grau de frieza, medo e dúvida. É isso, era o extremo... do que eu tento fugir.

O extremo do meu alcance, ao que tudo indica, está é em você. No espelho, naquele filme também... mas em você da forma mais encantadora, porque foi concreta. Da maneira mais intocável e subjetiva desse mundo, você existiu, respirou e mais que ter sentido minha ambigüidade, você foi a minha ambigüidade.

O que eu estou aprendendo é a me desapegar, e a ser tão devota de mim que a minha solidão, a verdadeira, ganha causa. É causa. Causa.

Quando tentam me tirá-la em algum momento, eu também morro. Mas não porque ela é a única coisa a que ainda me apego, e sim porque ela sou eu.

Acho que você também é.

A ambigüidade, meu Buda, minha felicidade clandestina, meu movimento, minha santidade. Poesia. Profundidade.

Um comentário:

Otavio Cohen disse...

me emociono com tudo o que você escreve. Principalmente nesses momentos de tanta sinceridade e profundidade. Isso é bonito demais, que você nem sabe.
Mas também tenho medo. Tenho medo da suas elipses e das suas entrelinhas e de algum jeito me sinto um pouquinho culpado pela dor que eu vejo nelas. Talvez não culpado por causá-la, mas por não dividi-la com você, te roubar um pouquinho dela.

Saudades demais de você. Mil coisas pra contar. Desculpa por te cobrar outro dia^^ Sei como é o terceiro ano. e as crises... e o cansaço...