quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Você,

Foram dias estranhos.
Me desculpa, meu amor, mas as circunstâncias e os teus suspiros e o que você viu me disseram pra tentar enxergar a vida sem você por uns minutos. Não há. Me desculpa achar isso, mas é que sinto que vou embora aos poucos. Sim, dessa cidade também, mas é que chegou ao meu ouvido que pela primeira vez na vida as nossas escolhas vão se desencontrar.
E que vou ter que ir pra deixar você viver. Como sempre. É que freqüentemente fica tudo tão aqui dentro, que quando vai pra fora eu saio estragando a vida dos outros. Toda vez. Se me perguntam porque vai ficando um eu etéreo mais e mais pra mostrar, eis a resposta em ti, como sempre. É que eu faço estragos. Toda vez.
Preciso me esconder.
Me abraça antes então, e eu sei que você vai saber como, por ter dito que não me deixaria.
Vou virar cinzas no toque e quando eu for embora, pó. O fim é o mesmo, e ele é eu-só, me desculpa te contradizer.
O fim é o mesmo e que você faça o caminho até lá o mais bonito possível. Como sempre.

8 comentários:

Camila disse...

Muito bonito isso...
... tenho vivido algo assim ultimamente.
deixar ir, escorregar...

beijos daqui...

sblogonoff café disse...

Menina, confesso, sempre venho aqui. Nem sempre comento. Muitas vezes nem sei o quê comentar. Conheço você por intermédios, não sei se escreve ficção ou realidades... Pedi seu manual para o Tatá e ele disse. Não existe, mas de qualquer maneira leia mais Clarice Lispector!! Rsrs!
Bom, o fato é que aprecio muito sua maneira de escrever. Se você conceber um livro, eu o terei!!

Anônimo disse...

"Às vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, muitas pessoas para serem conhecidas."
Caio, sempre Caio...


...e umas reticências, te amo.

Beatriz disse...

Nunca tive coragem de comentar aqui antes... mas achei tão bonito!

Renato Ziggy disse...

É tão bom ver que tás aberta ao novo, a desapegar-se do velho, a aceitar que os desencontros tb fazem parte da nossa andança. Eu tive dificuldade de aceitar essas coisas. E vejo que você anda de braços abertos pro acaso. Quem bom saber disso! Teu sempre Tio,
Zy

*NHACTNHOUIUIUIUIUOOOUHN!*

Renato Ziggy disse...

*que

Otavio Cohen disse...

me veio na cabeça um trecho bobo de música boba de cantor bobo.

"baby it ain't over till it's over"

sofrer por antecipação. precisamos mesmo disso? o pior é que eu sei que o antecipado às vezes é uma dor que nos causa alívio. só pelo fato de sabermos que dói, mas não é tão "de verdade" assim.

:: Daniel :: disse...

Amar é verbo intransitivo, mas às vezes precisa de muitos objetos, muitos predicados, muitos sujeitos para se fazer compreendido.

Gostei daqui. Vou visitar mais vezes, com certeza. =]

Se não se importar, linkarei você no meu blog.