sábado, 5 de dezembro de 2009

Para Dri.

Passar um ano sem palco é ver as coisas ao redor como simplesmente matéria triste que queria estar dançando.
Em pretensão de que aquilo que tem um tal efeito em ti iria mover o outro igualmente, tenho arriscado a pensar que pessoas são tristes por compor corpo em tempo e espaço de forma muito, muito estática.
Ontem teve palco de novo.
Pensei tanto em você. Você, que se soubesse que ando mais cinza que o céu em alguns dias teria me segurado.
Passaram quase exatamente dois anos desde que você veio pela última vez, e se viesse agora..
Você teria entendido quando eu falei que nas coxias, em fim de espetáculo, parecia que tinha fonte de sangue em mim que não parava de escorrer e que me doía muito a garganta? E se eu escolhesse, quando saísse do teatro, ficar um pouco naquela chuva muito muito quietinha você saberia que é por toda essa opacidade que tenho hoje? Você deixaria? Deixaria eu chegar em casa e querer ficar sozinha dormindo? Ainda ia me amar do mesmo jeito, sabendo que a felicidade pós-palco que sinto hoje é menos infantil? Sem tantos pulos, ou gritos: vontade de recolhimento.
Danço pelos dias sobre dor e saudade.
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Quanto a pequenos rituaizinhos em bastidores, meu amor,
Felicidade imensa de lembrar que há dois anos o meu foi só te buscar e te ver, e foi o melhor de todos os que coleciono. Até hoje.

Um comentário:

Iasminne Fortes disse...

Falei no comentário anterior que eu me rendia ao seu blog. E não é por menos... adorei o que escreveu.

E eu te desejo muitos palcos, aplausos e que seu sangue escorra pela garganta sem dor. E quanto a sua vontade de recolhimento, que te traga bons pensamentos.

beijos =*